Legado de melhoria contínua inspira novo comando da Santa Casa

Ao longo dos últimos quatro anos, a Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes passou por uma revolução física e funcional que ampliou em cerca de 30% o volume de atendimentos prestados a pacientes SUS, além de elevar a resolutividade de casos e a qualidade dos serviços a níveis nunca antes alcançados. O projeto de melhoria contínua, que mudou o perfil de unidade deficitária para entidade empreendedora, foi alinhavado no final de 2018, na gestão do saudoso provedor Austelino Pinheiro de Mattos, que tinha José Carlos Petreca como vice.

A ideia começou a ganhar corpo nos meses finais de 2020, sob a batuta de Petreca, que finaliza seu segundo mandato como provedor. Ele entrega o comando da instituição à nova Mesa Administrativa eleita, que tem à frente a provedora Miriam Nogueira do Valle e a missão de prosseguir com os múltiplos avanços, vitais para a população de Mogi das Cruzes e demais cidades do Alto Tietê.

O cenário atual pareceria utopia naquela época. A Santa Casa amargava um deficit mensal de R$ 2,5 milhões, agravados pela defasagem de duas décadas da tabela SUS (que remunera os serviços prestados aos pacientes da saúde pública), e uma dívida acumulada de cerca de R$ 20 milhões, além dos colossais atrasos nos pagamentos de médicos e fornecedores, como relata o tesoureiro Fábio Ferreira Mattos, que participou de todo o processo e permanecerá na função com a nova mesa diretiva. Ele é administrador de empresas, pós-graduado em Administração Hospitalar e em Auditoria Hospitalar.

Fato é que ao longo destes quatro anos, a Santa Casa de Mogi seguiu a firme trajetória da sustentabilidade. As contas ganharam o sonhado equilíbrio, sem o drama do deficit mensal, a dívida gigantesca não existe mais e os atrasos de pagamentos são pesadelo do passado. “Fecharemos 2024 com o melhor balanço financeiro da história da Santa Casa’, crava Fábio Mattos.

A gestão profissional e moderna garantiu à Santa Casa a geração de receita com o atendimento a convênios e pacientes particulares. Com as contas saneadas, foi possível ampliar e modernizar as instalações, adquirir equipamentos para prestar serviços antes terceirizados, reformular o corpo clínico, criar um capital de giro e um fundo de reserva, além do principal: a otimização de todos os serviços e o aumento do número de atendimentos clínicos e cirúrgicos pelo SUS.

“Incorporando o conceito empresarial, deixamos de ser meros pedintes de recursos dos entes federativos, sem solução definitiva, e passamos a agir. Com a receita de particulares e convênios, financiamos os investimentos na saúde pública”, explica Petreca, ao destacar o trabalho sério, dedicado e profissional de toda a equipe, valorizando o atendimento humanizado na reformulação estrutural, qualitativa e assistencial do hospital. “Deixo o cargo de provedor com a consciência do dever cumprido. A Santa Casa nunca havia vivenciado os avanços que tem agora”, orgulha-se o engenheiro de software aposentado.

A Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes é uma instituição privada e sem fins lucrativos, que presta serviços a entes públicos, atendendo pacientes do Alto Tietê. É referência em ortopedia, maternidade de alto risco, oftalmologia e neurologia. Tem 188 leitos.  A UTI Adulto dispõe de nove leitos (oito deles para pacientes SUS) e dez leitos de UTI Infantil (nove deles para atender SUS). O Pronto-Socorro registra cerca de 14 mil atendimentos por mês, há em torno de 650 cirurgias mensais e 350 partos a cada mês, tudo para atender o público via SUS. Os esforços podem ser sintetizados num dado: 60% das internações hospitalares de Mogi das Cruzes são feitas pela Santa Casa.

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