
Santa Casa de Mogi marca presença no 34º Congresso Fehosp
Evento, que teve participação do vice-provedor e do tesoureiro do hospital, destaca protagonismo da inovação, inteligência artificial e gestão hospitalar
“Integrando Inteligências na Gestão da Saúde” foi o tema do 34º Congresso Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp) deste ano, que reuniu conhecimento técnico e estratégico, contribuindo de forma prática para superação dos desafios enfrentados pelas instituições do setor. O vice-provedor Flávio Ferreira Mattos e o tesoureiro Fábio Ferreira Mattos representaram a Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes no evento. “É a inteligência humana que transforma o cuidado hospitalar. Hoje, não basta querer fazer o bem. É preciso fazer bem feito”, declarou na abertura Edson Rogatti, diretor-presidente da Fehosp, emocionando o público ao lembrar que tecnologia só faz sentido quando está a serviço das pessoas.
Concentrada no Royal Palm Hall, em Campinas, a programação preencheu três dias, de 15 a 17 de abril, com quase duas dezenas de palestras e nove fóruns técnicos paralelos abrangendo toda a gama de assuntos de interesse das instituições. Não por menos o Congresso Fehosp é considerado o maior da saúde filantrópica.
“Foi uma oportunidade enriquecedora de aprendizado, troca de ideias e relacionamento com gestores que enfrentam situações semelhantes às vividas na Santa Casa de Mogi. A saúde é uma área que exige conhecimento contínuo dos profissionais para garantir atendimento e gestão de excelência. Estamos dando um passo para o futuro. Estamos aqui para adquirir novos conhecimentos em inteligência artificial como ferramentas de apoio no diagnóstico, nas decisões dos médicos e em todos os setores do hospital. Simplesmente, fantástico, tudo o que vimos aqui!”, avalia Flávio Mattos.
As palestras mais concorridas tiveram foco total em tecnologia, uso de inteligência artificial e saúde. Foram abordados temas fundamentais para o presente e o futuro da saúde, como “Ferramentas de IA mais promissoras para gestão da saúde”, “Diálise Peritoneal nos hospitais filantrópicos: avaliação e perspectivas”, “A revolução da Saúde Digital: Impactos da IA no cuidado ao paciente”, “Novas relações entre as operadoras e os hospitais filantrópicos em cenários futuristas” e “Oportunidades de uso da inteligência artificial na prática médica”. O público acompanhou análises estratégicas e práticas, com ênfase no fortalecimento dos hospitais filantrópicos e na inovação aplicada ao cuidado e à gestão.
O secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, participou do evento, confirmando o fortalecimento do diálogo, da escuta ativa e da parceria entre o governo estadual e os hospitais filantrópicos. “Ou teremos governos que coloquem a saúde como prioridade, ou dificilmente conseguiremos entregar o que a população mais precisa. Felizmente, temos um governador que colocou a saúde no topo das prioridades: este ano, o maior orçamento do Estado é da saúde. E com 80% a mais de investimento na Tabela SUS Paulista, estamos avançando cada vez mais!”, manifestou-se o secretário.
Administrador de empresas, pós-graduado em Administração Hospitalar e em Auditoria Hospitalar, Fábio Mattos enalteceu a iniciativa da Tabela SUS Paulista, que ele classifica como um dos pilares para a sustentabilidade da Santa Casa de Mogi. O mecanismo remunera os hospitais filantrópicos com valores até cinco vezes superiores aos praticados pela Tabela SUS federal, quase equiparando aos preços de mercado dos procedimentos médicos.
Reflexões
Em paralelo ao Congresso, os fóruns técnicos trouxeram reflexões e práticas fundamentais para a melhoria da gestão hospitalar. O Fórum de Cadeia de Suprimentos – Compras, Almoxarifado e Farmácia teve início com foco na valorização da atuação feminina, com as palestras “Mulheres em compras – a força e inteligência delas!” e “Empoderamento Feminino em Suprimentos”. Em seguida, foram apresentados temas voltados à inovação e tecnologia, como “Utilização da ferramenta de inteligência artificial na Farmácia Clínica e Bots e Humanos – Como a integração pode levar a Gestão de Saúde para outro nível”, seguidos de discussões práticas sobre “Gestão de Fornecedores – A importância no processo de compras hospitalares”, “O passo-a-passo para acreditação hospitalar no setor de Suprimentos (Compras, Farmácia e Almoxarifado)” e “O impacto da Tabela SUS Paulista nos setores de suprimentos e qual a nova forma de trabalhar com as Emendas Estaduais e seus planos de trabalho”.
No Fórum Jurídico, os debates trataram de temas diretamente ligados à rotina e à segurança jurídica das instituições de saúde. A programação começou com a palestra “Sindicância Interna: como assegurar às instituições de saúde de que existe segurança na instauração e seguimento para diminuição de riscos na esfera criminal ou cível?”, seguida pela análise do tema “Contratação de Pessoas Físicas e Prestadores de Serviços: implicações, impedimentos, regimentos, art. 37 da CF e impedimentos pelo Ministério Público”. Ainda foram abordadas questões essenciais como a “Prestação de Contas Informatizada do Terceiro Setor: seu hospital está preparado para a fase V da AUDESP?”, além de “Erros Médicos Associados aos Exames de Imagem” e “Prontuário Eletrônico: aspectos legais, técnicos e proteção de dados”.
O Fórum de Governança Clínica trouxe uma jornada de reflexões sobre a qualidade do cuidado, segurança do paciente e eficiência institucional. A discussão teve início com provocações sobre a sustentabilidade do sistema de saúde, seguidas da abordagem sobre a experiência do paciente como meta central do cuidado. Os participantes também acompanharam debates sobre o cuidado seguro e de alta confiabilidade, bem como sobre o uso da inteligência artificial para potencializar a atuação das equipes assistenciais.
Também foram destacados temas como a construção de relações de confiança nas equipes por meio da governança clínica, a governança clínica digital e o papel da tecnologia no cuidado centrado no paciente. A programação trouxe ainda um case de implantação de governança em hospital público paulista, com destaque para o uso de índice de maturidade e a apresentação de uma proposta de modelo para implementação da governança clínica.
(Fotos: Eder Mosna)
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