Atuação médica eficiente impede sequelas do AVC

Equipe gabaritada dos Serviços de Neurologia e Neurocirurgia da Santa Casa de Mogi já beneficiou muitos pacientes com terapia assertiva e agilidade

Uma senhora chegou ao Pronto-Socorro (PS) da Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes e recebeu o diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Apresentava paralisia muito severa do lado esquerdo do corpo. Sob a coordenação do neurologista e neurocirurgião Dr. Allexsandro Ap. Alvarenga Nascimento Faria de Luna, a equipe dos Serviços de Neurologia e Neurocirurgia do hospital atendeu a ocorrência e ministrou a medicação que recanaliza os vasos bloqueados. A paciente teve recuperação plena dos movimentos, sem qualquer sequela.

O médico conta que a Santa Casa dispõe de um protocolo de tratamento do AVC que funciona com muita eficiência. A paciente estava dentro de uma janela de 4,5 horas, que é o prazo máximo entre a instalação da doença e a aplicação da terapia medicamentosa para viabilizar o resultado positivo. Quando o tempo excede as 4,5 horas, explica Luna, o protocolo não orienta o uso da medicação porque pode haver hemorragias cerebrais muito graves.

“Neste caso, a paciente veio rápido para o PS e recebeu com agilidade a terapia correta, como preconiza nosso protocolo. Conseguir a recuperação é transformador!”, comemora o especialista, observando que a pessoa terá de prosseguir com medicações e passar por avaliação cardiovascular para prevenir novos episódios. “Mas, sem as sequelas que o AVC costuma provocar”.

A atuação eficiente que já beneficiou muitos pacientes acaba escondida nos corredores do hospital. Entretanto, é mais uma evidência dos atributos que fazem da Santa Casa referência em Neurologia no Alto Tietê. A filantrópica dispõe de equipe gabaritada, estrutura e equipamentos de ponta para oferecer o atendimento especializado.

A equipe cuida das urgências e emergências que chegam ao Pronto-Socorro, tanto em Neurologia como em Neurocirurgia, faz visitas diárias aos pacientes internados nas diversas enfermarias e também na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além de permanecer em rotina de sobreaviso para prestar atendimento emergencial. O acesso remoto aos exames de imagem possibilita o deslocamento de profissional para cirurgias de emergência.

No Ambulatório, são realizadas consultas eletivas às terças, quartas e quintas-feiras, com encaminhamento pela Prefeitura de Mogi das Cruzes. Parte desses pacientes é direcionada para cirurgias eletivas de Neurocirurgia. Em especial, cirurgias de coluna e de reconstrução craniana. Segundo o coordenador, há situações em que o paciente faz a drenagem de um coágulo e depois precisa de cirurgia reparadora do crânio, feita na Santa Casa também. “Ainda temos alguma restrição quanto a cirurgias oncológicas ainda não realizadas na Santa Casa, exceto em caso emergencial”, pondera ele.

Outro procedimento frequente envolve o tratamento da hidrocefalia (acúmulo de líquido cefalorraquidiano no cérebro), com a implantação de válvula para redirecionar o excesso de líquido a outra parte do corpo.

O ambulatório tem um fluxo muito grande. “Fazemos muitos procedimentos para dor crônica, como bloqueios e infiltrações”, detalha o neurocirurgião. Em média, estima ele, são realizados pela Neurocirurgia da Santa Casa de 45 a 50 procedimentos cirúrgicos por mês.

Diagnósticos mais comuns

No Pronto-Socorro, os traumas de crânio e AVC lideram as ocorrências que demandam as especialidades de Neurologia e Neurocirurgia. No Ambulatório, os diagnósticos mais comuns envolvem dores na coluna e de cabeça (enxaqueca e outros tipos de dores craniofaciais)

Também diretor clínico da Santa Casa, Allexsandro Luna destaca que o hospital oferece estrutura apropriada para exames de diagnóstico. “Tomografia computadorizada e ressonância magnética são os principais para neurologia e neurocirurgia. O hospital tem equipamentos de ponta que fornecem imagens com resolução muito boa e o sistema de visualização de que dispomos aqui nos permite acessá-las com muita qualidade”, detalha.

Quando a consulta vira encaminhamento para cirurgia? O primeiro ponto é se a enfermidade coloca em risco a vida do paciente, como indica Luna. Se a resposta é afirmativa, prossegue, são tomadas as providências para que a cirurgia ocorra o mais breve possível. Isso acontece, em geral, no PS. É o caso de paciente com rebaixamento de nível de consciência. A diferença de tamanho das pupilas é um sinal neurológico que chama muito a atenção, de acordo com o especialista. “Os exames de imagem são decisivos para um paciente ser levado ao centro cirúrgico o quanto antes. Em especial, a tomografia, que apresenta sensibilidade muito grande para detecção de coágulos ou sangramentos, condições que indicam urgência da cirurgia”.

No Ambulatório, explica o médico, a indicação de cirurgia ocorre quando os exames físicos e complementares mostram que o paciente pode perder movimentos ou a capacidade cognitiva. “Intervenções cirúrgicas visam preservar funções orgânicas”, resume Luna.

Sinais de alerta

O que preocupa são as perdas neurológicas progressivas ou crônicas, como adverte o coordenador de Neurologia e Neurocirurgia da Santa Casa. “Por exemplo, a pessoa acordou com o braço sem força ou a perna muito enfraquecida; ou sente que, devagarinho, vai perdendo a força de membros superiores ou inferiores; episódios de perda da consciência; uma dor de cabeça atípica que não passa com analgésicos ou tem algum sintoma associado como vômitos ou distúrbio visual, aí é interessante ter avaliação de um neurologista”.

O médico assinala que, às vezes, a pessoa não percebe a gravidade do problema. “Imagina que o braço está fraco porque dormiu em cima dele. Sintoma de perda de força não pode ser ignorado. Precisa de avaliação um pouco mais rápida. Se for um processo degenerativo ainda em curso, a gente consegue intervir e cessá-lo. É um sintoma que pode ter inúmeras causas diferentes. Desde um AVC de pequena magnitude até um tumor cerebral”, analisa, ao esclarecer que se for um AVC, a instalação costuma ser rápida – de um dia para o outro. Já em casos em que há uma massa crescendo no cérebro, complementa, a perda de força vai se agravando gradualmente.

Falso AVC

Segundo o neurocirurgião, o que se vê com relativa frequência são casos de pacientes atendidos em outro serviço que vêm com diagnóstico de AVC. Apresentam voz mais fraca, braço um pouco mais fraco e com piora gradativa. Quando chegam à Santa Casa, a equipe investiga. “Ao fazermos os exames de imagem, descobrimos que a pessoa não teve um AVC. Ela tem um coágulo no cérebro. Isso costuma ocorrer com quem tem mais idade, assim como houve recentemente com o presidente Lula. As manifestações clínicas são muito semelhantes a um AVC de pequena magnitude. Ocorre que o paciente vai piorando aos poucos. Aí, na tomografia, identificamos um coágulo entre o cérebro e a calota craniana. Isto é removido na cirurgia. Depois, o paciente tende a se recuperar completamente”, relata Allexsandro Luna, ao comparar com o AVC que deixa sequelas.

Há uma gama muito grande de enfermidades na Neurologia ainda sem cura, como pontua o médico. A epilepsia, que hoje em dia é muito bem controlada com medicações, é uma delas. Existem restrições quanto à retirada total dos fármacos. No horizonte, adiciona ele, podem ser desenvolvidos tratamentos cirúrgicos para a epilepsia. Outra doença ainda sem cura é a esclerose múltipla que, entretanto, com as medicações da atualidade, tem um controle muito melhor.

Trio de experts

A equipe dos Serviços de Neurologia e Neurocirurgia da Santa Casa de Mogi das Cruzes é formada por três especialistas. Um deles é o coordenador e diretor clínico do hospital, Dr. Allexsandro Luna, que também é professor de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina Santa Marcelina, em São Paulo.

O outro integrante é o neurocirurgião Dr. Ademil Franco Goes. Completando a equipe está Dr. Paulo Roberto Terzian, neurocirurgião com ênfase em Neurocirurgia Funcional. Ambos são preceptores da residência médica de Neurocirurgia do Hospital Santa Marcelina. Os três especialistas são membros titulares da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.

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