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Santa Casa – Depoimento Rafa Osti Benvenuti

Notícia publicada em 26 de junho de 2019

Rafa Osti Benvenuti
Parecia sonho, mas foi real…

Era quarta-feira, véspera de feriado. Tínhamos quatro casamentos (cerimônia e festa em todos) nos quatro dias que viriam. Depois, férias até metade de julho, só esperando o Murilão chegar.

Eu estava saindo de casa às 9h quando a Bruna me avisa que a bolsa estourou. Nossa mala de maternidade não estava pronta, o quarto do bebê também não. Eram nossas missões a partir da segunda, após os eventos, mas já não importavam mais naquela altura. Ligamos para o médico e corremos, com tranquilidade, para o hospital. A Bruna, no caso, com uma toalha dentro da calça.

Como não havia sinais de contração, ela passou por uma checagem médica. Aparentemente, tudo bem. Um exame chamado cardiotoco (segundo a Wikipédia, um método biofísico não invasivo de avaliação do bem-estar fetal que registra a frequência cardíaca fetal e as contrações uterinas) foi o tempo para que as contrações começassem.

A Bruna é alérgica a TODOS os medicamentos para dor e, principalmente por isso, tinha como preferência um parto sem intervenção cirúrgica, mas assistido pelo médico. Não descartávamos a cesárea, mas somente se fosse necessário.

Após pouco mais de uma hora, as contrações estavam bem fortes e não cessavam mais. Nada aliviava. Água quente, conversa, massagem, bola de pilates, nada ajudava na missão. Tive a ideia de cantar Let it Be, que é uma música com a qual ele reagia muito ao longo da gravidez, mas não deu pra terminar porque a Bruna me pediu pra chamar a enfermeira, sentia que o nenê estava nascendo. E estava mesmo! Eita, menina parideira, como disse a enfermeira mais brincalhona. Foi dali para a maca e para a sala de parto. Pra mim, foi o tempo de vestir a máscara, a touca e o jaleco, uns 15 passos até o lado dela e uns 2 minutos, no máximo, pra ver meu filho pela primeira vez. As ultrassonografias foram ótimas e também emocionantes, mas agora nenhuma tela e nenhuma barriga nos separavam. Parecia sonho, mas foi real!

Ele era lindo, mesmo ensebado, com a cabeça pontuda, roxo de tanta força pra sair. E bonzinho, que deixou medirem, examinarem. Tudo era novo para os seus olhos novos. E descobriu o choro quando veio a picada da agulha. O pai, atônito, controlava o instinto na racionalidade. “Aquilo é um procedimento padrão, é pro bem dele”, pensava, mas por dentro eu queria que ninguém mexesse com ele, furasse ele, machucasse ele. É um clichê e é inexplicavelmente real. São tantas coisas acontecendo ali, ao mesmo tempo, que é muito difícil processar. Nasceu ali o Murilo e, com ele, um pai, uma mãe, avós, tias. Tudo é novo para os nossos olhos velhos.

A mãe estava superbem, mas é preciso dizer que foi muito forte ao suportar tudo sem nenhum analgésico. Teve, por um mix de fatores nos quais eu incluo tranquilidade, preparação, informação, sensibilidade, resistência e sorte/benção, além da característica biológica do corpo dela, o parto que sonhou, melhor até que a encomenda, por ter sido relativamente tão rápido. Eu tenho muito orgulho da mãe incrível que ela vem sendo até aqui.

Incríveis também as nossas famílias, com um suporte que, se for pra citar tudo que fizeram, vou precisar escrever um livro, mas preciso dizer que o abraço deles após a chegada do Murilo foi umas das coisas mais emocionantes da minha vida. Eu desejo, do fundo do coração, que todas as pessoas do mundo possam viver isso um dia.

Os padrinhos do Murilo, superpresentes ao longo da gravidez, também entram pra nossa lista da gratidão, pelo “tudo e mais pouco” que fazem por nós e por ele.
Nossos “amigos do trabalho” merecem menção honrosa porque, nesse fim de semana, foram muito além de suas funções e ajudaram em todas as frentes para que os 4 casamentos fossem um sucesso. Nos ajudaram de forma fundamental a vencer os desafios dos horários, logística e organização. Monny Mariano e Evandro Andrade também salvaram a gente, mesmo com a fogueira que foi avisar em cima da hora.

A Isabella Faturi Chagas, nossa querida amiga, substituiu a Bruna à altura nas cerimônias, com profissionalismo, competência e engajamento. Foi anjo também, mas com a colaboração dos nossos clientes/amigos, que entenderam a situação e seguiram confiando a nós a trilha sonora dos seus casamentos. Nesses eventos, alguns fornecedores em especial nos deram um suporte além da conta e de suas funções, entendendo que era uma situação atípica. Nosso muito obrigado a todos, mas, em especial, à Diana do Villa Pacaembu e ao Buffet Caprichos (Emini Vichietti).
Uma coisa que nós constatamos nessa jornada é que a felicidade e a gratidão andam lado a lado, então nós vamos continuar aqui agradecendo à toda equipe da Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes, que nos prestou um atendimento exemplar e humano, não meramente protocolar. Uma grata surpresa!